É notório que o vídeo da Reunião
do Presidente Bolsonaro com seu ministério publicado com a autorização de
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, provocou um certo reboliço
em todos os brasileiros, apoiadores ou opositores do governo. As redes sociais entraram em polvorosa e muitas
coisas foram ditas, direta e, principalmente, indiretamente, sobre o
acontecido. Não somos obrigados a comentar sobre tudo, mas quero ponderar sobre
política, palavrão e hipocrisia, tema desta dissertação.
Eu
gosto muito de política, sempre gostei muito do Leonel Brizola, suas falas cheias de força, verdade e ironia. Politicamente,
sempre estive alinhado com as ideias de esquerda. Achava, e ainda acho, as mais
próximas a mim do que as demais. Eleitor desde 1998, sempre votei em candidatos
com esses ideais, porque neles acredito. Vi meus candidatos ganharem quatro
eleições sucessivas e promoveram um governo que olhava para o povo. Em 2016, um
golpe fez cair o governo, e em 2018 os brasileiros elegeram uma pessoa
despreparada, um ódio descabido tomou conta da nação. Mais específico, a queda
de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, uma guerra de
narrativas e a divulgação do vídeo acima citado, mostrou a verdadeira face do
governo, e diga-se, de passagem, sem nenhuma novidade, pra mim. Eu sabia o que
significaria a eleição do Bolsonaro e estava certo. A democracia nos permite
essas “pérolas”, mas ainda sim, deve permanecer. Governos ditatoriais no Brasil
nunca mais.
Eu
falo palavrão. Pra caralho. Uma vez fui quase despedido de um trabalho porque
mandei alguém tomar no cu nas minhas redes sociais. Fui alertado que, como
funcionário de uma organização religiosa não poderia ter uma postura daquelas.
Se o presidente xinga, é problema dele, mas pela liturgia do cargo que exerce,
numa reunião oficial não deveria fazê-lo. Eu já presidi diversas vezes, a
maioria de organizações ligadas a religião e em reuniões oficiais nunca utilizei-me
deste expediente. A ocasião não me permitia. Mas no particular, puta que pariu!
E se eu quiser ofender alguém ou algo, sei utilizar palavras do vernáculo culto
que são mais contundentes que um palavrão. Entendeu, porra? Se não, foda-se.
Hipocrisia
é a arte de exigir dos outros aquilo que não conseguimos de nós mesmos. Aí que
vou me ater. Eu não sou hipócrita e por isso me molesta tanto. A ministra
Damares Alves, que se diz a paladina da moral e dos bons costumes, numa condescendência
sem precedentes, ali no meio daqueles senhores não dá uma palavra. Aceita numa
boa. No jargão popular, “passa o pano”. Ontem eu recebi muitas indiretas porque
comentei sobre isso na minha rede social. Você xinga e o presidente não pode?
Ele pode e eu e você também. Mas não sejamos hipócritas. Vi pessoas que sempre
me reprovaram pelos meus xingamentos, seja com palavras ou com olhares fuzilantes,
hoje, acham de boa quando vem do presidente. Isso é hipocrisia, quando lhe
convém, pode. Quando não, recrimina. Essa é a questão.
Não
sou o fiscal da moral alheia. Se isso te incomoda, nunca vou xingar perto de
você. Tem gente que, só pela sua presença, me impinge uma postura diferenciada.
Já aconteceu de eu falar a palavra merda perto de algumas pessoas e ficar
constrangido. As eleições deixaram claro quem respeita seu posicionamento e
quem só quer vencer. Eu agradeço por ter me afastados desses canalhas que se
passavam por amigos e agora ficam de indiretinhas nas redes sociais. Esses
mesmos bostas que pegariam a bandeira e vestiriam verde e amarelo na porta do
Palácio do Planalto (onde nunca pisarão, ao contrário de mim, que vivia por lá)
ao comando do líder. Para vocês, um sonoro F O D A – S E !
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